21 de Novembro
Dia das Monjas de Clausura
«A clausura e a fé»
O dia mundial das claustrais está muito relacionado com o Ano da fé
proclamado por Bento XVI. As vidas de mulheres provenientes de países e culturas
diversas, inclusive profissionais que renunciam à carreira para se retirar no
mosteiro e se dedicar totalmente a Deus na solidão e na oração, na época das
agências de rating são uma proposta insólita de vida alternativa.
São
mulheres libertadas das sereias da eficiência produtiva e do fascínio de modelos
desprovidos de horizontes espirituais. Privilegiam o silêncio em vez do tumulto
e do clamor e vivendo deste modo, para os cristãos permanecem uma chamada
evidente à reflexão sobre a qualidade da fé professada e para os não crentes
constituem um convite a questionar-se sobre Deus: aquele que atrai tão
fortemente jovens vidas, consagradas porque à procura de uma amor gratificante.
Ao mesmo tempo, as mulheres na clausura por amor a Deus, enquanto estimulam a
fé cristã, por sua vez, são chamadas a responder todos os dias de forma coerente
às exigências da sua consagração. O Evangelho dirige quotidianamente também a
estas mulheres extraordinárias a pergunta feita por Jesus aos discípulos. «E
vós, quem dizeis que eu sou?». O segredo da fidelidade aos compromissos de
pobreza, castidade, obediência que caracterizam a vida e a oração monástica
está, em primeiro lugar, na resposta de cada mulher consagrada a esta pergunta
de Cristo. Na medida em que a fé em Jesus Cristo é vivida com amor, temos boas
razões para sermos fiéis à vocação monástica. Se faltar o amor, tanto na vida
cristã como na consagração total a Deus, falta também a fé.
A fé e o amor para escolher o mosteiro alimentam-se com a oração. É
característico da vida monástica rezar sempre. Não é uma coincidência que as
mulheres consagradas sejam chamadas e conhecidas como orantes e passem grande
parte da vida a rezar. A vida de oração não é uma vida preguiçosa e um pouco
indolente. Rezar significa entreter-se em conversa com uma pessoa amada.
Enquanto o amor resistir, rezar tem um sentido e ajuda a viver coerentemente com
o amor. Crescer no amor em vez de retroceder não é óbvio nem fácil. São
envolvidas todas as energias da pessoa. No mosteiro há sempre o perigo do
cansaço, devido a uma vida aparentemente monótona e repetitiva que contribui
para atenuar a fé ou o amor.
Existem duas santas carmelitas de nome Teresa que narraram muito bem o seu
percurso de vida consagrada e as dificuldades para a consecução de uma relação
vital e constante com Deus. Teresa de Ávila e Teresa de Lisieux, mulheres santas
e mestras da vida espiritual a ponto de serem declaradas doutoras da Igreja,
viveram a experiência mística narrada nos seus escritos.
Afinal de contas, a vida claustral exige muito amor. Fundamenta-se no amor.
No mundo ele nunca é suficiente. Por conseguinte, estes lugares de oração, na
opinião dos Papa, permanecem essenciais para a Igreja que neles haure recursos
espirituais para um testemunho fiel.
21 de Novembro de 2012
(fonte: edição onlaine do «L'Osservatore Romano»)
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